sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bomba: Dilma já teria sido informado do lob desde Fevereiro.

O consultor Rubnei Quícoli, pivô da última acusação que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra da Casa Civil (entenda as acusações contra ele), afirmou na quinta-feira (16) que avisou, em fevereiro, funcionários do ministério sobre o esquema de lobby ilegal do qual participava o filho de Erenice, Israel Guerra. Não está claro se esses funcionários levaram a afirmação a escalões superiores, como a então ministra-chefe da Casa Civil e hoje candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), ou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quícoli entregou aos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo e-mails que teria enviado em 1º de fevereiro a Vinicius Castro, Glauciene Leitão, Vilma Nascimento do Carmo e Vera Oliveira, todos funcionários públicos lotados na assessoria especial da Casa Civil. Na mensagem, Quícoli reclama da cobrança por fora de R$ 240 mil feita pela empresa de Israel Guerra.

Israel é filho da ministra, e teria feito a cobrança para que o processo de crédito de R$ 9 bilhões junto ao BNDES fosse acelerado – de acordo com o BNDES, o pedido era de R$ 2,25 bilhões. Em uma das mensagens daquele dia, Quícoli, consultor da EDRB do Brasil Ltda, pede que o assunto seja levado à Dilma Rousseff. "Espero de coração que esse e-mail chegue às mãos da dra. Erenice e a (sic) ministra Dilma", afirma. No fim do e-mail, segundo a Folha, Quícoli faz uma ameaça e afirma: "Se vocês não fizerem chegar [a mensagem], eu faço chegar", escreveu.

Dilma era ministra também quando, 45 dias antes, Quícoli recebeu a minuta do contrato que faria com a Capital Assessoria, empresa que Israel, filho de Erenice, usa para fazer lobby e cobrar dinheiro em contratos obtidos junto a órgãos públicos. O documento cita o pagamento mensal de R$ 40 mil e a taxa de 5% (que significaria R$ 450 milhões se o contrato fosse de R$ 9 bilhões) em caso de sucesso na operação para financiar um projeto de usina solar.

Depois que a empresa se recusou a fazer o pagamento, o projeto foi rejeitado pelo BNDES. Segundo Quícoli, que já foi julgado por receptação de carga roubada e coação de testemunha, depois disso, o ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antônio Oliveira teria afirmado que a situação poderia ser resolvida caso a EDBR fizesse um repasse de R$ 5 milhões para "pagar alguma conta da campanha" de Dilma Rousseff.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI172655-15223,00-CASA+CIVIL+FOI+AVISADA+DE+LOBBY+EM+FEVEREIRO.html

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